O artigo “Comparison of different percutaneous revascularisation timing strategies in patients undergoing transcatheter aortic valve implantation” tentou responder esta importante pergunta.
O momento ótimo de realizar uma estratégia de revascularização percutânea em pacientes submetidos ao TAVI permanece incerto.
Objetivo:
O REVASC-TAVI registry é um registro internacional incluindo pacientes submetidos ao TAVI com DAC significativa, estável. Pacientes foram divididos em 3 grupos: submetidos ao PCI antes do TAVI, concomitante ou após o TAVI.
Desfechos:
Mortalidade por qualquer causa e um desfecho composto de mortalidade por qualquer causa, AVC, infarto do miocárdio ou re-hospitalização por ICC em 2 anos.
Resultados:
Um total de 1.603 pacientes foram incluídos. PCI antes do TAVI foi realizada em 65,6% (n=1.052), após o TAVI em 9,8% (n=157) e concomitantemente com o TAVI em 24,6% (n=394).
Estenoses do vaso alvo >90% ou oclusões totais crônicas foram mais frequentes em lesões tratadas antes do TAVI em comparação com aquelas tratadas após ou concomitantemente com TAVI (p=0,021). As estenoses do TCE ou DA proximal foram mais frequentes tratados antes do TAVI ou concomitantemente em comparação com após o TAVI (11,3% vs. 13,7% vs. 7,1%; p=0,043 e 23,7% vs. 25,2% vs. 15,6%; p=0,014). Em contraste, estenoses da CX foram mais frequentemente tratadas após o TAVI em comparação com antes ou concomitantemente com o TAVI (21,8% vs. 17,5% vs. 12,7%; p=0,009).
As vias de acesso diferiram significativamente, com maiores taxas da abordagem radial em procedimentos de PCI realizados antes do TAVI em comparação aos realizados após ou concomitantemente ao TAVI (p<0,001).
A mortalidade intra-hospitalar por todas as causas diferiu significativamente e foi maior no grupo PCI concomitante ou antes do TAVI em comparação ao PCI após o TAVI (3,7% vs. 2,2% vs. 0,0%; p=0,005).
Da mesma maneira, AVC incapacitantes foi maior com PCI antes do TAVI ou concomitante em comparação com PCI após o TAVI (1,3% vs. 1,0% vs. 0,0%; p=0,082).
Complicações vasculares maiores e sangramento maior diferiram significativamente e foram menores com PCI antes de TAVI em comparação com PCI após ou concomitante com o TAVI (3,5% vs. 6,5% vs. 8,3%; p=0,077 e 3,4% vs. 6,8% vs. 9,9%; p=0,025).
As taxas de lesão renal aguda também diferiram significativamente, com as taxas mais altas em pacientes tratados concomitantemente com o TAVI comparados aos tratados antes ou após o TAVI (p=0,011).
A incidência de morte por todas as causas em 2 anos diferiu significativamente e foi menor em pacientes com PCI após TAVI em comparação com pacientes tratados antes ou concomitantemente com TAVI (6,8% vs. 20,6% vs. 20,1%; p<0,001; PCI antes vs. após TAVI: HR 3,21; IC 95% 1,47-7,00; p=0,003; PCI concomitante vs. PCI após TAVI: HR 3,23; IC 95% 1,42-7,39; p=0,005).
Da mesma forma, a ocorrência do desfecho composto diferiu significativamente e foi menor em pacientes com PCI após TAVI em comparação com pacientes tratados antes ou concomitantemente com TAVI (17,4% vs 30,4% vs 30,0%; p=0,003; PCI antes vs. após TAVI: HR 2,0; IC 95% 1,16-3,45; p=0,013; PCI concomitante vs. PCI após TAVI: HR 2,03; IC 95% 1,09-3,79; p=0,026).
Uma análise de sensibilidade confirmou esses resultados após a exclusão de casos com óbitos hospitalares relacionados ao TAVI.
Referência: Rheude T, Costa G, Ribichini FL, Pilgrim T, Amat Santos IJ, De Backer O, Kim WK, Ribeiro HB, Saia F, Bunc M, Tchetche D, Garot P, Mylotte D, Burzotta F, Watanabe Y, Bedogni F, Tesorio T, Tocci M, Franzone A, Valvo R, Savontaus M, Wienemann H, Porto I, Gandolfo C, Iadanza A, Bortone AS, Mach M, Latib A, Biasco L, Taramasso M, Zimarino M, Tomii D, Nuyens P, Sondergaard L, Camara SF, Palmerini T, Orzalkiewicz M, Steblovnik K, Degrelle B, Gautier A, Del Sole PA, Mainardi A, Pighi M, Lunardi M, Kawashima H, Criscione E, Cesario V, Biancari F, Zanin F, Esposito G, Adam M, Grube E, Baldus S, De Marzo V, Piredda E, Cannata S, Iacovelli F, Andreas M, Frittitta V, Dipietro E, Reddavid C, Strazzieri O, Motta S, Angellotti D, Sgroi C, Xhepa E, Kargoli F, Tamburino C, Joner M, Barbanti M. Comparison of different percutaneous revascularisation timing strategies in patients undergoing transcatheter aortic valve implantation. EuroIntervention. 2023 Jul 12:EIJ-D-23-00186. doi: 10.4244/EIJ-D-23-00186. Epub ahead of print. PMID:37436190.
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Qual a melhor estratégia de revascularização em pacientes submetidos a um procedimento de TAVI?