Aspirina ou clopidogrel, qual o melhor antiagregante plaquetário para uso após TAVI?
Recentemente o OCEAN-TAVI Registry tentou responder esta pergunta. A dúvida sobre qual melhor regime de tratamento pós-TAVI surgiu após trials recentes indicarem que a terapia antiagregante simples (com apenas um antiagregante plaquetário) para pacientes sem indicação de anticoagulação oral apresentou redução de sangramento, sem aumento de eventos trombóticos quando comparada com a dupla antiagregação, que era a recomendação preconizada até então. Neste contexto, qual seria o melhor antiagregante para terapia isolada, aspirina ou clopidogrel?
No OCEAN-TAVI Registry, 829 pacientes provenientes de um registro japonês multicêntrico submetidos ao TAVI de outubro de 2013 a maio de 2017 foram identificados como tendo recebido aspirina 100 mg/dia ou clopidogrel 75 mg/dia. Após propensity score matching, 98 e 157 pares de pacientes, sem e com anticoagulação foram identificados.
Em termos de resultados, observou-se que o desfecho mortalidade por qualquer causa em 2 anos pós-TAVI não diferiu entre os grupos, independente do uso de anticoagulante.
1. Grupo com anticoagulação: aspirina 17,5% vs. clopidogrel 11,1%; p=0,07
2. Grupo sem anticoagulação: aspirina 29,6% vs. clopidogrel 20,1%; p=0,15
Já para o desfecho mortalidade cardiovascular, observou uma vantagem no grupo que recebeu clopidogrel.
1. Grupo com anticoagulação: aspirina 8,5% vs. Clopidogrel 2,7%; p=0,03
2. Grupo sem anticoagulação: aspirina 18,0% vs. Clopidogrel 5,2%; p=0,02
Não houve diferença na incidência de sangramento maior ou ameaçador à vida e AVC.
Apesar destes achados seremmuito relevantes, é importante ressaltar que se trata de um estudo observacional e realizado em população exclusivamente de pacientes japoneses. ECR são importantes para esclarecer estaquestão.
Referência: Kobari Y, Inohara T, Saito T, et al. Aspirin Versus Clopidogrel as Single Antithrombotic Therapy After Transcatheter Aortic Valve Replacement: Insight From the OCEAN-TAVI Registry. Circ Cardiovasc Interv. 2021;14(5):e010097. doi:10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.010097