O artigo Explant vs Redo-TAVR After Transcatheter Valve Failureavaliou o que fazer diante de um cenário muito desafiador, a falha de uma prótese de TAVI. Qual seria a melhor alternativa: Redo-TAVI (TAVI-in-TAVI) ou explante (retirar cirurgicamente a prótese de TAVI e realizar uma troca valvar cirúrgica)?

Objetivo: Determinar os desfechos do procedimento de explante cirúrgico de TAVI (TAVR-explant) vs. redo-TAVI.

Métodos: Entre maio de 2009 a fevereiro de 2022, 396 pacientes foram arrolados a partir do EXPLANTORREDO-TAVR registry. Deste, 181 (46,4%) foram submetidos a um procedimento de TAVR-explant e 215 (54,3%) a um procedimento de redo-TAVR devido a falha de prótese transcateter.

Resultados:

Entre os 66.760 pacientes submetidos a um procedimento de TAVI nos centros participantes deste registro durante o período do estudo, 396 necessitaram reintervenção por falha da prótese transcateter. Portanto, a incidência de reintervenção após falha de prótese transcateter foi de 0,59% com aumento de volume durante os anos do estudo.

O STS médio antes da primeira TAVI era de 3,2% (IQR: 2,2%-5,1%) e aumentou para 4,6% (IQR: 2,7%-7,7%; P <0,001) na reintervenção subsequente.

A mediana de tempo entre o primeiro procedimento de TAVI e a reintervenção foi menor no grupo TAVR-explant vs. redo-TAVR = 17,6 meses (IQR: 5,0-40,7 meses) vs. 45,7 meses (IQR: 10,6-75,6 meses; P < 0,001).

O grupo TAVR-explant apresentou mais casos de prosthesis–patient mismatch (17,1% vs. 0,5%; P < 0,001) como indicação de reintervenção, enquanto o grupo redo-TAVR apresentou mais casos de degeneração estrutural (63,7% vs. 51,9%; P = 0,023), com incidência similar de PVL ≥ moderado (28,7% vs. 32,8%; P = 0,44).

Falhas de prótese balão-expansível (BE) e não-BE representaram 40,2% e 59,8% das reintervenções, respectivamente. Não houve diferenças na estratégia de reintervenção devido à falha de prótese BE (54,7% redo-TAVR vs. 45,3% TAVR-explant; P = 0,92) ou não-BE (54,0% redo-TAVR vs. 46,0% TAVR-explant; P = 0,92). Redo-TAVR por falha de prótese BE foi preferencialmente tratado usando uma nova prótese não-BE (58,6% vs. 41,4% BE; P = 0,038), enquanto que redo-TAVR por falha de uma prótese não-BE foi tratada preferencialmente tratado com uma nova prótese BE (56,3% vs. 43,8% não-BE; P = 0,038). No grupo que apresentou falha de próteses não-BE houve maior necessidade de substituição de raiz da aorta concomitante durante o procedimento cirúrgico (13,9% vs. 5,6%; P = 0,087). Substituição da raiz aórtica foi realizada em 10,5% dos pacientes do grupo TAVR-explant, dos quais 10,5% receberam próteses mecânicas e 89,5% próteses biológicas.

O grupo TAVR-explant apresentou maior mortalidade em 30 dias = 13,6% vs. 3,4%; P < 0,001 e maior mortalidade em 1 ano após o procedimento = 32,4% vs. 15,4%; P = 0,001.

Isso se deveu a maior mortalidade precoce após procedimento, já que a mortalidade após 30 dias do procedimento foi similar entre os grupos (P = 0,91).

Houve similar incidência de AVC entre os dois grupos (3% vs. 2,3%; P = 0,76).

Em análise multivariável, preditores independentes de mortalidade após redo-TAVR foram: doença renal crônica doença (DRC; HR: 4,11; IC 95% 1,85-9,15), risco da redo-TAVR determinado pelo Heart-team (HR: 2,16; IC 95% 1,24-3,77) e redo-TAVR de urgência/emergência (HR: 3,2; IC 95% 1,35-7,65).

Preditores independentes de mortalidade por todas as causas após explante de TAVR foram: diálise (HR: 3,30; IC 95% 1,42-7,68), hipertensão pulmonar (HR: 2,34; IC 95% 1,22-4,50) e cirurgia concomitante da valva mitral (HR: 2,34; IC 95% 1,17-4,66).

Referência: Tang GHL, Zaid S, Kleiman NS, et al. Explant vs Redo-TAVR After Transcatheter Valve Failure: Mid-Term Outcomes From the EXPLANTORREDO-TAVR International Registry. JACC Cardiovasc Interv. 2023 Apr 24;16(8):927-941. doi: 10.1016/j.jcin.2023.01.376. PMID: 37100556.

 

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Redo-TAVI vs. TAVI Explant